• O Projeto A Teu Lado pretende responder às necessidades de intervenção precoce junto de crianças vítimas de violência doméstica, potenciando o trabalho em rede e visando quebrar o ciclo intergeracional da violência doméstica através do desenvolvimento de ações que garantam uma proteção e intervenção mais rápidas e eficazes junto das crianças. Promovido pela CNPDPCJ, com financiamento dos EEAGrants e com a participação da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, tem como parceiros a Stine Sofies Foundation (parceiro internacional) e, como parceiros nacionais, a GNR, PSP, ISCTE-IUL, DGE, DGS, ISS IP e OPP. Conta também com as CPCJ e Escolas dos 6 territórios onde está a ser implementado: Amadora, Loures, Seixal, Almada, Faro e Loulé.

    A violência é um ciclo e só com ações concertadas e multidisciplinares de prevenção e atuação eficaz e eficiente podemos contrariar a transmissão intergeracional da violência contra as crianças. Os estudos indicam que crianças vítimas de violência ou abuso têm maior probabilidade de replicar estes modelos comportamentais quando forem adultos. Sabemos também que as crianças que crescem em famílias afetadas por violência e abuso doméstico apresentam, entre outros fatores, um maior risco de problemas de saúde mental ao longo da vida, maior risco de problemas de saúde física, abandono escolar, envolvimento em comportamentos criminais, maior propensão para sofrer e praticar bullying, bem como maior vulnerabilidade ao abuso e exploração sexual.

    Anualmente, os dados provenientes das CPCJ reportam a violência doméstica como o fator de maior prevalência. No ano de 2022, as comunicações de situações de perigo reportadas às CPCJ tiveram um total de 52 121, número do qual a maior categoria de perigo comunicada foi a de Violência Doméstica com um total de 16 478. Em 2023, o número total de comunicações por Violência Doméstica continuou a ser a categoria de perigo mais comunicada. Estes números não nos podem deixar indiferentes, cabendo-nos a todos nós, enquanto sociedade, mas também às instituições, desenvolver um trabalho articulado de modo a proteger crianças.

    Quebrar o ciclo intergeracional da violência doméstica e dar visibilidade ao seu impacto nas crianças é uma preocupação constante da Comissão Nacional. Através deste projeto, pretende em conjunto com todos os parceiros, alterar procedimentos, melhorar a articulação, garantir o apoio necessário às crianças vítimas e avaliar todo o processo para desenhar políticas públicas que melhor as protejam, assegurando o seu desenvolvimento integral e um futuro com esperança numa vida melhor.

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